Debrucei-me à janela do inferno
e não vi nada que me horrorizasse;
pareceu-me um lugar igual aos outros,
cheio de gente e coisas.
Alguém do inferno me disse para entrar.
Não me lembro quem era ou se eram vários,
nem o que me disseram lá de dentro,
ou se essas pessoas sorririam,
se haveria alguém a lamentar-se
ou se desconfiei por um momento.
Fui, e achei a porta do inferno,
abri a porta do inferno, entrei,
desde essa hora vivo no inferno.
É um lugar igual a qualquer outro,
cheio de gente e coisas. Todavia
sei que não pode ser senão inferno
porque neste lugar não estás comigo.
Amalia Bautista, Antologia de O Mal
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No entanto, não deixaria de ser Inferno se estivesses comigo!
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