quinta-feira, janeiro 04, 2007

Não sabemos nada

Nunca saberemos se os enganados
são os sentidos ou os sentimentos,
se viaja o comboio ou a nossa vontade
se as cidades mudam de lugar
ou se todas as casas são a mesma.
Nunca saberemos se quem nos espera
é quem nos deve esperar, nem sequer
quem temos de aguardar no meio
de um cais frio. Não sabemos nada.
Avançamos às cegas e duvidamos
se isto que se parece com a alegria
é só o sinal definitivo
de que nos voltámos a enganar.

Amalia Bautista

1 comentário:

  1. tomei a liberdade de "roubar" este poema para o espaço de retalhos de arte...
    :) beijinh,
    marta

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