sábado, setembro 05, 2009

Até tu, António?

Palavras para quê?
Depois de quatro anos e meio à frente do Governo, de duas gigantescas manifestações e de uma greve nacional como nunca se tinha visto, eis que José Sócrates vem dizer aos professores que os tratou com pouca delicadeza e que pretende corrigir esse pecado se voltar a ganhar as eleições legislativas. Percebe-se o arrependimento. Portugal tem 150 mil professores que são eleitores potenciais e que, além disso, ainda exercem uma razoável influência social. Acontece que esta humildade do primeiro-ministro cheira a esturro.
Até porque ao longo do conturbado processo negocial com os sindicatos dos professores a arrogância governamental não teve limites e por mais de uma vez o primeiro-ministro, a ministra da Educação e os respectivos secretários de Estado sempre acusaram os partidos da oposição de oportunismo político por apoiarem as reivindicações dos docentes. Aqui e agora importa lembrar ao secretário-geral do PS as palavras que proferiu logo após a primeira gigantesca manifestação de professores. Disse Sócrates: "Considero lamentável o oportunismo dos partidos que deviam defender os interesses do País e não colarem-se a reivindicações corporativas na esperança de ganhar uns míseros votos." No dia 27, estas palavras não vão ser certamente esquecidas pelos 150 mil professores.

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