«Creio-me, como português, com o direito de exigir uma pátria que me mereça. Sou português e quero que Portugal seja a minha pátria.
Eu não tenho culpa nenhuma de ser português, mas sinto a força para não ter a cobardia de deixar apodrecer a pátria.
Nós vivemos numa pátria onde a tentativa democrática se compromete quotidianamente.
Portugal é um país de fracos. Portugal é um país decadente:
1 - porque a indiferença absorveu o patriotismo.
2 - porque aos não indiferentes interessa mais a política dos partidos do que a própria expressão da pátria. E os interesses dos partidos prejudicam sempre o interesse comum da pátria.
O português, como todos os decadentes, só conhece os sentimentos passivos: a resignação, o fatalismo, a indolência, o medo do perigo, o servilismo, a timidez, e até a inversão.
O povo completo será aquele que tiver reunido no seu máximo todas as qualidades e todos os defeitos. Coragem, portugueses, já só vos faltam as qualidades.»
Almada Negreiros, in Portugal Futurista, 1917 (excertos, com cortes)
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